“Tornar a arquitetura mais humana significa criar
uma arquitetura melhor, o que por sua vez, implica um funcionalismo muito mais
amplo do que aquele com bases exclusivamente técnicas. Esse objetivo só pode
ser alcançado por métodos arquitetônicos – pela criação e combinação de coisas
técnicas diferentes, de tal modo que elas possam oferecer ao ser humano uma
vida extremamente harmoniosa.”
Alvar Aalto
A modificação que a obra arquitetônica de Alvar Aalto teve foi
imensa. Em 1936 ele criou o vaso Savoy (explicação no final do texto) que foi
apresentado no pavilhão finlandês de 1937, no entanto a diferença de linguagem
dos dois é imensa (em diversos locais utilizam a imagem do pavilhão de 1939
como sendo de 1937). Ele se utiliza das formas retas, diferentes materiais, mas
no pavilhão de 1937 ele ainda está muito engessado, isto pode ter ocorrido dada
a dificuldade que ele encontrou para conseguir fazer o vaso Savoy, já que ele
acompanhou todo o processo e precisou de diversos ajustes para que se
conseguisse ser produzido. Algumas técnicas ainda poderiam não ser simples ou
demandar muita experimentação, ou até mesmo a conjuntura da época não
permitisse tanta ousadia.
Pavilhão
Finlandês, Exposição Mundial Paris, 1937.
Pavilhão Finlandês, Exposição Mundial de Paris, 1937.
Já no pavilhão de 1939, Aalto incorpora os preceitos que já
vinha fazendo há alguns anos no design e temos um local que conversa com
algumas de suas experimentações. Olhando o vaso, os pratos e olhando este
interior, podemos sem dúvida dizer quem o fez. E alguns dos temas recorrentes
dele estão presentes: uso de diversos materiais, a simplicidade da forma, o uso
da iluminação.
Pavilhão Finlandês, Exposição Mundial Nova Iorque,
1939.
Alvar Aalto – Vaso Savoy (1936)
Pertencente ao Movimento Moderno, premiado por suas obras em
arquitetura e design, muito lembrado por seu mobiliário.
Para
muitas pessoas o vaso de vidro com formas assimétricas e curvas livres
representam as qualidades finlandesas do design: originalidade, simplicidade e
sofisticação estética.
Vaso Savoy, na cor opala.
O vaso recebeu este nome depois da abertura de um luxuoso
restaurante em Helsinque, chamado Savoy, no qual ele desenhou o mobiliário e luminárias. O vaso ficava sobre cada mesa e sua forma permitia um arranjo de
flores incomum, muito individual.
Um outro elemento relacionado diretamente com o vaso, uma mesa em
formato de rim que ficava no meio do restaurante e servia como ponto focal e
peça central.
O vaso contudo não foi feito para o Savoy, era parte de uma série
de desenhos de vasos e pratos com o qual Alvar Aalto entrou e ganhou um concurso organizado pela Karhula and Iittala (empresa que trabalha com
vidros) em 1936. O prêmio era apresentar os produtos na Feira Mundial de Paris
em 1937, no Pavilhão Finlandês. No mesmo ano alguns vasos e pratos foram
escolhidos para o restaurante Savoy e passaram a ser conhecidos como os vasos
Savoy.
O arquiteto e seus desenhos para o concurso.
O início da produção teve alguns problemas tecnológicos, Aalto
queria as formas em moldes feitos de chapas finas de aço reforçadas para fechar
as formas sinuosas com a ajuda de estacas de aço. Na verdade o objetivo era
fazer os moldes facilmente substituíveis, a fim de tornar possível o
remodelamento. Ele tomou parte nas tentativas de produção, mas no final
as maiores curvas tiveram que ser modificadas e os moldes feitos de madeira até
1954, quando os moldes foram trocados de madeira por aço. O tamanho original do
vaso Savoy era de 140mm e desde 1937 era produzido de diferentes cores:
translúcido, marrom, azul, verde e versões opacas. A partir de 1950 foram
adicionadas: opala, azul cobalto, vermelho. Depois de 1960 foram feitas
pequenas e grandes versões do vaso, que continuam sendo vendidas até hoje, e
que são denominadas coleção Aalto para todas as versões.
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Para conhecer as peças:
http://www.iittala.com/web/iittalaweb.nsf/en/products_decorating_alvar_aalto_collection
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Se quiserem adquirir:
http://www.finnstyle.com/iittala-aalto-turquoise-vases.html